Protocolo de Vermifugação

Protocolo de Vermifugação
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Como as verminoses afetam os equinos?

 

No Brasil, os equinos exercem papéis importantes em setores econômicos (trabalho à campo) e sociais (esporte e lazer), envolvendo vários segmentos e movimentando quase R$17 bilhões por ano, gerando 3,2 milhões de empregos. O clima tropical e a disponibilidade territorial favorecem a criação a pasto pelo ano inteiro ou ao menos por um período do ano. O pastejo é a maneira mais comum de infecções por parasitas gastrointestinais como ascarídeos, estrôngilos, oxiúros e cestódeos, já que estes têm parte do seu ciclo de vida (ovos e larvas) no ambiente externo.

 

A infestação por endoparasitas intestinais resultam em queda de produtividade do animal e redução no ganho econômico. Tais parasitas podem causar desde alterações na pelagem, hiporexia e retardo no crescimento, até anemia, problemas no sistema digestório que variam de leve desconforto à diarreia ou constipação, e episódios de cólica, que podem levar o animal ao óbito.

 

Entre os principais helmintos que afetam os equinos, encontram-se Dictyocaulus arnifieldi, Habronema, Oxyuris equi, Parascaris equorum, Strongylus spp., Strongyloides westeri e Trichostrongylus axei. As tênias dos gêneros Anoplocephala e Paranoplocephala também acometem equinos. Para os potros com menos de 6 meses, em particular, as infecções por Strongyloides westeri são uma preocupação maior, pois as larvas podem ser transmitidas pelo colostro de éguas adultas sem manifestação clínica. No potro, estes vermes causam diarreia aguda, erosão na mucosa intestinal, hemorragia pulmonar, fraqueza e podem ocasionar morte.


Dos parasitas que infectam o intestino delgado, o Parascaris equorum é o de maior relevância, pela capacidade de suas larvas penetrarem na mucosa intestinal e migrarem para outras regiões como fígado e pulmões, além de potencialmente causarem obstrução intestinal e peritonite, além de cólicas e suas complicações.Os Strongylus (S. vulgaris, S. edentatus e S. equinus) também têm sua relevância. S. edentatus e S. equinus apresentam características migratórias, causando lesões em outros órgãos além dos intestinos. Já as larvas de S. vulgaris são conhecidas por se alojarem na artéria mesentérica cranial, provocando tromboembolias, oclusões e restrições do fluxo sanguíneo, promovendo cólicas obstrutivas severas que exigem intervenções cirúrgicas.


Na maioria das vezes, a infestação é praticamente imperceptível, já que os sintomas podem se manifestar apenas após condições de estresse como mudança no manejo, transporte, parição, entre outros.Tendo conhecimento sobre os prejuízos que podem ser causados pelos parasitas, é necessário realizar o controle no ambiente e no rebanho. Em alguns casos, a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) pode auxiliar para entender a extensão da infestação e dos vermes que tem acometido os animais, e fornecer informações para a elaboração de um programa de vermifugação bem estruturado que atenda as necessidades dos animais de acordo com raça, condição da propriedade, localização, deslocamento e tipo de manejo.


O praziquantel é um anti-helmíntico antiparasitário de amplo espectro. Ele provoca inibição da bomba sódio e potássio dos parasitas, aumentando a permeabilidade da membrana e propiciando aumento de cálcio, elevando a intensificação da atividade muscular, seguida por contração e paralisia. Como consequência, os helmintos se separam dos tecidos do hospedeiro e são expelidos com as fezes.

A ivermectina desencadeia o influxo de cloro, causando hiperpolarização do neurônio e consequente paralisia nos parasitas. Em equinos, a ivermectina apresenta grande eficácia para o tratamento de verminoses em animais adultos, sendo segura também para as éguas prenhes. A combinação de ivermectina com praziquantel não possui restrições para equinos jovens e atuam de maneira eficaz contra Strongylus equinus, S. vulgaris, S. edentatus, Triodontophorus e Coronocyclus spp, entre outros.


Diante de uma afecção tão comum e recorrente, e que pode trazer consequências econômicas, perda de desempenho do animal, e até mesmo sua morte, é inevitável adequar um programa de vermifugação não apenas curativo, mas principalmente como um protocolo preventivo. A utilização periódica de vermífugos previne perdas e promove maior estabilidade em saúde e desempenho do animal, em todas as suas fases de vida.


No caso dos potros, o processo deve ser iniciado aos 60 dias de vida, com doses consecutivas bimestrais até que o animal complete um ano.Para equinos adultos é indicada a vermifugação a cada três meses, para animais em baía, e a cada quatro meses para animais criados a pasto.
 

Consulte o Médico Veterinário para a escolha do melhor protocolo.


Referências:
DOBROWOLSKI, Elisa Cristina et al. Eficácia do praziquantel e da ivermectina em equinos infectados naturalmente com ciatostomíneos. Revista Acadêmica Ciência Animal, [S.l.], v. 14, p. 75 - 81, fev. 2016. ISSN 2596-2868. 
LUCENA, R. B.; FIGHERA, R. A.; BARROS, C. S. L. Mortalidade em potros associada ao parasitismo por Strongyloides westeri. Pesquisa Veterina?ria Brasileira, v. 32, n 5, p. 401-404, maio 2012.
MONTEIRO, S.G. Parasitologia na Medicina Veterina?ria. 1a ed. Sa?o Paulo: Roca, p.16-29, 2011.
Robson Duarte, Eduardo, Faria de Oliveira, Neide Judith, Tolentino Silveira, Janderson, Alves Ribeiro, Fabricio Leonardo, Souza, Rogério Marcos de CONTROLE DE VERMINOSE EM EQUINOS NO NORTE DE MINAS GERAIS COM ASSOCIAÇÃO DE PAMOATO DE PIRANTEL E IVERMECTINA. Revista Caatinga. 2008, 21(1), 1-4

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