Principais Afecções Musculoesqueléticas dos Equinos e o uso do DMSO como Parte do Tratamento

Principais Afecções Musculoesqueléticas dos Equinos e o uso do DMSO como Parte do Tratamento
Ícone

As patologias do sistema musculoesqueléticos são comuns em equinos, principalmente nos atletas, sendo uma das razões para a aposentadoria precoce destes animais. Os esforços repetitivos e muitas vezes exagerados sobre as estruturas ósseas, articulações, músculos, tendões e ligamentos são as causas mais frequentes de lesões, ocasionando além de dor, o inchaço e a incapacidade de realizar um movimento completo e correto, o que acaba por reduzir o desempenho atlético e/ou de trabalho. 

Inflamações em ligamentos (desmites) e tendões (tendinites) são as maiores responsáveis pela queda de performance em equinos atletas, e estão relacionadas à traumas agudos ou exposição a forças de tensão repetitivas e exageradas. Em ambos os casos, por ocorrer uma desorganização das fibras teciduais, a recuperação é lenta e pode ser incompleta, tornando-se suscetível a novas lesões semelhantes.

 Já as artrites, processos inflamatórios que acometem as articulações e seus componentes, podem ter causas primárias (traumas diretos ou indiretos, e infecções locais) ou secundárias (deficiências nutricionais, malformações, aprumos irregulares...), que quando crônicos acarretam num desequilíbrio do processo de síntese e degradação da matriz cartilagínea. O processo de deterioração progressiva da cartilagem juntamente com alteração de ossos e tecidos moles que compõem a articulação ocasionam a osteoartrite.

 A incapacidade da realização de movimento amplo e correto causada por estas lesões impacta o bem-estar e a performance dos animais afetados, comumente o processo de recuperação destes tipos de lesão é longo e custoso.

 O Dimetilsulfóxido, também conhecido como DMSO, é um agente terapêutico que age com maestria no tratamento de várias afecções equinas, principalmente as musculoesqueléticas.

 Sua classificação é de anti-inflamatório não esteroidal (AINE), uma vez que apresenta propriedades antioxidantes que são capazes de interromper o processo inflamatório por meio da eliminação de radicais livres. Assim, é possível retardar ou até mesmo interromper a cascata inflamatória e seus danos aos tecidos atingidos.

 No organismo, o DMSO pode atravessar membranas celulares tão facilmente quanto a água, sem danificar tecidos. Por possuir seis átomos de hidrogênio em suas moléculas, que atuam como imãs para dissolver e reter grandes quantidades de moléculas orgânicas, sem se ligar a elas ou alterar suas estruturas, pode ser usado como um excelente adjuvante no carreamento de outras drogas para tecidos mais densos e de difícil penetração, como ossos e articulações.

 O DMSO é uma medicação frequentemente usada na forma intravenosa para atuar já nos estágios iniciais de laminite (inflamação das lâminas dos cascos), uma doença tão relevante e que pode ter tantas complicações sérias, a fim de interromper o processo inflamatório dos tecidos moles e evitar rotação da terceira falange. O medicamento aumenta a eliminação das toxinas inflamatórias e reduz as alterações prejudiciais na composição anatômica do casco.

 

Além disso, sua característica hidrofílica serve de ótima aliada para reduzir a concentração de água nos tecidos inflamados, diminuindo consideravelmente edemas e inchaços, melhorando a microcirculação regional e promovendo alívio temporário da dor. Quando associado a outras drogas analgésicas colabora para uma analgesia mais duradoura.

 Quando administrado de forma correta e bem orientada, o Dimetilsulfóxido pode ser o anti-inflamatório de eleição na grande maioria das afecções do sistema locomotor, possuindo elevado grau de segurança e baixíssima toxicidade.

 

  

Referências:

CLEGG, P. D. Review Article: HBLB’s advances in equine veterinary science and practice musculoskeletal disease and injury, now and in the future. Part 1: Fractures and fatalities. Equine Veterinary Journal, v. 43, p. 643–649, 2011.

CLEGG, P. D. Review Article: HBLB’s advances in equine veterinary science and practice musculoskeletal disease and injury, now and in the future. Part 2: Tendon and ligament injuries. Equine Veterinary Journal, v. 44, p. 371–375, 2012.

MARANHÃO, R.P.A. et al. Afecções mais Frequentes do Aparelho Locomotor dos Equinos de Tração no Município de Belo Horizonte. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, n.1, p. 21-27, 2006

STASHAK, Ted S. Claudicac?a?o em Equ?inos Segundo Adams. 5a edic?a?o. Sa?o Paulo/ SP. Editora Roca. 2006.

THOMAS, S. H. Harnessing the Power of DMSO. Equus Magazine. 2012

 

Temos novidades para você:

Temos novidades para você:

cadastre seu email e fique por dentro!