Influenza Equina: Conheça mais sobre a patologia

Influenza Equina: Conheça mais sobre a patologia

A Influenza equina, também conhecida como gripe equina, é uma doença respiratória altamente contagiosa, que atinge o sistema respiratório de equinos, asininos e muares, sem predileção por raça ou sexo, sendo a enfermidade respiratória mais importante da espécie. É causada por um RNA vírus, o Vírus da Influenza Equina (EIV), que pertence à família Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus A, com os subtipos H7N7 (subtipo 1) e H3N8 (subtipo 2). O vírus da influenza equina é considerado endêmico em diversos países e um dos principais agentes infecciosos causadores de surtos respiratórios em equídeos no Brasil e no mundo. 

Embora tenha alta morbidade e baixa mortalidade, a Influenza Equina é uma enfermidade de notificação obrigatória e gera impactos econômicos bem relevantes no setor, principalmente quando atinge animais de esporte, uma vez que os equinos contaminados devem permanecer isolados e geram custos maiores com manejo e outros cuidados. A doença pode acontecer em qualquer período do ano, mas épocas de provas, torneios e eventos que promovam grandes concentrações de animais favorecem os surtos epidemiológicos. 

A transmissão do vírus acontece por meio de aerossóis, secreções, água e alimentos contaminados, e por contato direto entre animais. A incubação do vírus tem um período relativamente curto, levando cerca de 48h até a aparição dos primeiros sintomas. Geralmente,  a recuperação completa do animal se dá em até três semanas. 

Após a inoculação do vírus, dá-se início ao processo de replicação viral no epitélio do trato respiratório superior, que dura em média 24h. Esta replicação promove danos epiteliais, responsáveis pelos sinais respiratórios, cuja severidade e duração variam de acordo com a virulência do agente e as condições imunológicas do animal infectado. Os danos epiteliais do sistema respiratório podem facilitar a infecção de patógenos oportunistas, como Rhodococcus equi e Streptococcus equi (bactéria causadora da adenite equina, que pode ser evitada com vacinação específica). 

Os principais sintomas relacionados à influenza equina são hipertermia em torno de 41ºC, tosse e descarga nasal serosa, apatia, taquipnéia, anorexia e perda de peso, lacrimejamento e corrimento ocular e em garanhões pode acarretar orquite, sendo o vírus encontrado no sêmen por um longo período. Em animais imunocomprometidos pode ocorrer complicações como miosite, miocardite e até mesmo encefalites. Além disso, alguns estudos mostram que a infecção pelo vírus da Influenza Equina pode predispor a doenças graves como hemorragia pulmonar induzida por exercícios (HPIE) e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). 

O diferencial clínico entre Influenza e Adenite pode ser feito sem muita dificuldade, uma vez que aumento de volume dos linfonodos com fistulação e presença de secreção purulenta são característicos da infecção bacteriana causadora da adenite, enquanto a infecção pelo vírus da Influenza gera uma secreção serosa nas vias nasais e não promove aumento dos linfonodos. Ainda assim é importante a realização de exames laboratoriais a fim de diferenciar influenza de outras infecções virais.  

O tratamento é de suporte, mantendo o animal isolado a fim de diminuir o risco de transmissão do vírus para outros equinos. É recomendado 1 semana de repouso para cada dia que o animal apresentar febre, e retorno gradual às atividades. Nesse período é necessária a suspensão de trabalho e de outras atividades que possam gerar stress, mantendo o repouso total do equino.  

 A única maneira de prevenir a ocorrência de influenza equina é através da vacinação de todos os animais do plantel, uma vez que animais imunologicamente desprotegidos são passiveis de infecção e atuam como fontes de transmissão do vírus. Além disso, todos os equinos que são destinados a eventos que possam promover aglomeração de animais como exposição, leilão e atividades esportivas, precisam ser imunizados e apresentar o atestado de vacinação contra a influenza equina para a emissão da Guia de Transporte Animal (GTA).  

A primeira dose da vacina contra a influenza deve ocorrer aos 3 meses de idade, sendo reforçada num intervalo de 28 dias, e repetida anualmente, da mesma forma que as vacinas contra tétano e encefalomielite viral equina. Uma forma de otimizar este protocolo é aderindo à utilização de vacinas polivalentes, como a Tri-Equi ® da Ceva  que oferece proteção eficaz e robusta contra essas patologias. . A vacina com cinco cepas protetoras oferece proteção contra 3 doenças para equinos: a encefalomielite equina para tétano, e influenza equina I e II

Referências:

GALHARDO, J.A., MENEZES, D.C. e OLIVEIRA, N.G. Influenza equina: revisa?o de literatura. PUBVET, Londrina, V. 8, N. 14, Ed. 263, Art. 1745, Julho, 2014.
KUIKEN, T.; RITEAU, B.; FOUCHIER, R. A. M.; RIMMELZWAAN, G. F. Pathogenesis of influenza virus infections: the good, the bad and the ugly. Current Opinion in Virology, n.2, p.276– 286, 2012.
MORI, E.; FERREIRA, H. L.; FLORES, E.F. Orthomyxoviridaes. In.: FLORES, E. F. (org.). Virologia Veterina?ria: virologia geral e doenças víricas. Santa Maria: Editora UFMS, p. 831- 896, 2012.
WILSON, D.W. Equine influenza. In: TRAUB-DARGATZ, J.L. The Veterinary Clinics of North America: Equine Practice. London: Saunders, 1993. V.9, p.257-282. 

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