Garrotilho em Equinos: Como a doença age?

Garrotilho em Equinos: Como a doença age?

A Adenite equina, popularmente conhecida como Garrotilho, é uma enfermidade infectocontagiosa causada pela bactéria Streptococcus equi subespécie equi (S. equi), que afeta o trato respiratório superior dos equinos e atinge em maior número animais até 5 anos de idade, mas pode ocorrer em todas as faixas etárias. Sua principal característica se dá pela produção de secreção mucopurulenta nas vias aéreas anteriores e linfadenite dos gânglios retrofaríngeos e submandibulares, podendo ocorrer formação de abscessos.

 A enfermidade apresenta alta morbidade e baixa letalidade, gerando prejuízos econômicos devido a redução da performance do animal e os custos do tratamento. É uma das doenças mais frequentes do trato respiratório superior dos equinos, podendo ocorrer durante todas as estações do ano, com um maior número de casos concentrados nas épocas de frio e umidade. As regiões mais frias e úmidas do país, como o Rio Grande do Sul e a Zona da Mata de Minas Gerais, tendem a ter uma maior vulnerabilidade ao agente e sua disseminação.

 É importante ressaltar que as doenças do aparelho respiratório ocupam o segundo lugar entre as enfermidades limitantes das atividades dos equinos, perdendo apenas para as afecções do sistema musculoesquelético. Dentre os casos de enfermidades infecciosas notificadas ao International Collating Centre, cerca de 30% são casos de Adenite Equina.

 O Garrotilho é considerado uma doença de rebanho, cuja transmissão é facilitada durante as aglomerações de animais. A transmissão pode ocorrer de forma direta, pelo contato com animais infectados e portadores da bactéria, como também por forma indireta através do contato com fômites (embocaduras e outros utensílios, pastagens, bebedouros e estábulos contaminados com as secreções de animais doentes). Durante surtos da doença é comum observar equinos que se tornam portadores assintomáticos e atuam como fonte de infecção durante meses.

 A bactérias se instala nas células epiteliais da mucosa nasal, bucal e nasofaríngea, progredindo ao tecido linfático faríngeo, promovendo a formação de abscessos nos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares. Após um período de 14 dias, ocorre a formação de fístulas e liberação do pus contendo a bactéria na faringe, na bolsa gutural ou no próprio ambiente, contaminando-o.

 As primeiras manifestações clínicas costumam aparecer após duas semanas de exposição ao agente, sendo manifestações típicas de processos infecciosos generalizados, como febre, apatia e inapetência, assim como a secreção nasal que se inicia como serosa e passa à mucopurulenta e purulenta em poucos dias. Há também tosse produtiva, dor à palpação regional, aumento do volume dos linfonodos regionais e posição estendida de pescoço devido à dor.

 O tratamento é baseado no estágio da doença. Em animais que não apresentam abscessos a administração de antibióticos é recomendada, o mesmo é indicado para equinos suspeitos de terem tido contato com outros cavalos doentes. Fluidoterapia e medicamentos expectorantes aumentam a taxa de sucesso do tratamento.

Por ser uma doença altamente contagiosa, é recomendado o isolamento dos animais infectados de, no mínimo, quatro semanas. Além disso, a desinfecção de todas as instalações, baias, cochos e utensílios que tenham tido contato direto com os equinos acometidos também precisa ser feita. O S. equi pode permanecer viável nas secreções purulentas durante semanas ou meses, o que exige uma descontaminação mais eficiente.

 Fatores como estresse, mudança climática abrupta, superpopulação de lotes, aglomerações em feiras eventos, e introdução de animais assintomáticos ao ambiente facilitam a disseminação da adenite.

 O diagnóstico na maioria das vezes é clínico, mas pode ser confirmado pelo isolamento do S. equi a partir da secreção nasal purulenta ou do conteúdo de abscessos pelas técnicas de PCR e cultura bacteriana. Um diagnóstico precoce favorece o retorno mais rápido do animal às atividades, além de ajudar na prevenção de complicações.

 A prevenção da doença através da vacinação é essencial para evitar ou reduzir os prejuízos causados ao produtor, tendo em vista a alta morbidade e facilidade de transmissão. Além da redução dos custos com a perda do desempenho, tratamento e mão de obra, a profilaxia do Garrotilho através da vacinação também melhora a sanidade do rebanho a longo prazo.

A Ceva oferece ao mercado a Garrotilho, vacina destinada  à proteção da Adenite Equina (garrotilho). O produto possui em sua formulação suspensão de cepas inativadas de Streptococcus equi. É indispensável que seja seguido o protocolo correto de aplicação que deve ser feito em três doses com intervalo de 2 a quatro semanas entre elas.A primovacinação ocorre a partir dos três meses de idade do equino.

 

Para assegurar o bem-estar e a saúde dos equinos, a empresa oferece ao mercado um protocolo de vacinação exclusivo. O programa é composto por três vacinas: Tri-equi ®, Rabmune e Garrotilho. Juntas, elas oferecem proteção robusta contra cinco doenças: Garrotilho, Gripe Equina, Encefalomielite Equina (“Mal de roda”), Tétano e Raiva.

Referências:

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KOWALSKI, J.J. Mecanismo da doença infecciosa. In: REED, S.M.; BAYLY, W.M. Medicina interna equina. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, 2000. p.54-56.

MORAES, C.M.; VARGAS, A.P.C.; LEITE, F.P.L.; NOGUEIRA, C.E.W.; TURNES, C.G. Adenite equina: sua etiologia, diagno?stico e controle. Cie?ncia Rural (UFSM. Impresso), v. 39, p. 1944-1952, 2009.

SWEENEY, C.R. et al. Streptococcus equi infections in horses: guidelines for treatment, control, and prevention of strangles. Journal of Veterinary Internal Medicine, v.19, p.123-134, 2005.

 

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